sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PAPA BENTO XVI FALA SOBRE AS REDES SOCIAIS. USEM COM MODERAÇÃO

A realidade construída pela comunicação digital é irreversível, como sabemos, fazendo surgir uma cultura nova, afetando, em larga medida, os relacionamentos. A propósito, é aos relacionamentos que o Papa Bento XVI dedica parte significativa de sua bela mensagem. Num contexto em que as informações e o conhecimento são permutados intensivamente, em que as fronteiras entre emissor e receptor de mensagens são diluídas, é necessário que tenhamos consciência do nosso papel e das consequências dos nossos atos. Os intercâmbios no espaço digital não devem se oferecer apenas para troca banal de dados, como adverte o Santo Padre, tampouco estar subjugada a ilusões narcísicas de satisfação imediata e superficial do eu, mas deve, primordialmente, favorecer o diálogo e a partilha. Não nos esqueçamos: as múltiplas possibilidades de interação com os meios digitais, com a cultura virtual não pode e nem deve estar desvinculada do diálogo que vivifica, da comunhão que nos redime, a fim de que a grande rede seja de fato uma instância criativa de identificação coletiva, de aproximação do outro e, fundamentalmente, de transmissão do Evangelho. Pensemos e rezemos nesta intenção.
Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano. 
Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e, por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de “amizades”, confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio “perfil” público.
O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua “popularidade” ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez “mitigando-a”. Deve tornar-se alimento cotidiano e não atração de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre.

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